Quando uma empresa planeja o lançamento de um novo produto, o resultado vai depender muito do entendimento entre os/as designers e devs da equipe.
Enquanto um/a vai mapear e idealizar uma experiência do usuário, o/a outro/a vai fazer com que isso seja colocado em prática de uma maneira realmente funcional.
Embora possa haver algum atrito onde o trabalho de um termina e do outro começa, o que vamos mostrar neste artigo é como este pode ser simplesmente o casamento perfeito. Ying e yang. O queijo e a goiabada dos jobs.
Para designers, trabalhar em sincronia com os/as desenvolvedores/as e toda a equipe é extremamente importante para garantir um processo de desenvolvimento suave e coeso.
Isso por que os/as designers deverão sempre priorizar a criação de produtos que sejam consistentes, escaláveis e acessíveis, inclusive com tecnologia viável para o/a usuário/a final, de acordo com as personas da empresa.
Por outro lado, é indispensável que isso seja realizado tendo em mente a execução por parte da equipe de devs, inclusive tendo todo o processo e decisões completamente alinhados.
Atuação de designers e devs na criação de um novo produto
Durante a construção de um produto várias etapas precisam ser levadas em consideração. Elas envolvem:
- Reconhecimento do problema a ser tratado (o objetivo daquele produto);
- Conhecimento sobre a persona e pesquisas;
- Tratamento de dados;
- Copywriting;
- Codificação e aplicação da tecnologia necessária;
- Lançamento, testes e melhorias contínuas.
Nesse fluxo, muito do trabalho entre esses dois perfis profissionais se encontram e se complementam.
Por isso, é importante que haja um diálogo entre o que os/as designers e devs estão fazendo, em cada etapa. Isso pode acontecer com a configuração de um ambiente como o Adobe XD, Photoshop, Sketch, FIgma ou outro software de design que também fale a língua do/a desenvolvedor/a.
Como disse no último ponto acima, o lançamento de um produto acaba se tornando um projeto contínuo, uma vez que testes são realizados e melhorias são implementadas sempre que necessário. Ao tomar uma decisão durante o planejamento e as primeiras etapas desse processo, o/a designer precisa levar isso em consideração.
Enquanto trabalha na identidade visual do site e na experiência, sabendo que todos os detalhes farão muita diferença, o/a designer precisa sinalizar para o/a dev quais recursos serão necessários para que o produto seja tecnologicamente viável, responsivo, seguro e ágil.
O/a desenvolvedor/a, neste casamento dos sonhos, inicia um esboço de uma plataforma com login (se for o caso), com tecnologia para carregar imagens, vídeos, artigos para blog, tags, keywords e encaminhamento para as mídias sociais.
A criação não existirá sem uma tecnologia correspondente para o novo produto, por isso o entendimento é fundamental.
Por outro lado, o produto não irá captar a atenção do usuário se não tiver um design adequado e que converse com suas necessidades.
Todos estes processos são definidos na fase inicial do novo produto, que pode ser considerado um esboço.
Nele, é possível incluir e retirar à vontade, com muita rapidez, sem trabalhos e retrabalhos para toda a equipe, especialmente para dev e designer.
A próxima etapa, de forma sintetizada, é tornar o esboço apresentável para o/a cliente, como um modelo do produto-final, que ainda será aperfeiçoado.
É uma fase de apresentação, na qual o/a cliente poderá dar suas sugestões sobre posição de imagens, cores, fonte, entre outras características do produto.
Por fim, neste ciclo rápido da criação de um novo produto, com o/a programador/a e o/a designer pensando juntos em acessibilidade e usabilidade, todos os elementos de design são inseridos na tecnologia aprovada pelo/a dev.
Por fim, veja um resumo das etapas:
- Configuração do ambiente pelo/a dev e designer, pensando em aplicabilidade e satisfação do/a cliente;
- Definição dos recursos necessários (tecnologia e programação);
- Criação do novo produto (designer);
- Elaboração do esboço digital para ser apresentado para o/a cliente;
- Finalização do produto.
É claro que, na prática, vários desafios deverão ser superados pelos/as desenvolvedores/as em parceria com os/as designers. Justamente por isso, deixo três dicas para otimizar seus projetos em parceria e com muito amor no coração.
1. Designer e Dev – um casamento que rende muitos frutos para startups!
Entenda as limitações da pessoa que é sua parceira de trabalho!
Se sou o designer, sempre que quero adicionar um item ou uma funcionalidade na interface, me pergunto se isso é viável para a equipe de tech.
Por mais que eu queira realizar essa implementação, ela pode não ser necessária e atrasar a vida do/a coleguinha dev.
Por isso, é importante entender essa limitação e encontrar outra solução para o projeto, que crie um fluxo mais produtivo para o trabalho.
Vale também, claro, para o/a desenvolvedor/a entender que certas aplicações e modificações são realmente necessárias para uma melhor experiência do usuário, por exemplo.
Neste caso, não tem o que fazer e, para preservar a parceria, o/a designer pode explicar melhor a situação para contextualizar o/a programador/a.
Aqui, nada melhor que apresentar dados estruturados que justifiquem as alterações ou implementações.
Então, algumas vezes é válido investir um pouco mais de tempo para essa solução e não pensar que tudo que o/a designer pede é frescura. Mente aberta, paz e amor.
2. Todos os detalhes devem ser minuciosamente explicados
A cada etapa do projeto faça um alinhamento para ver se a produção está de acordo, tenha interesse pelo trabalho da outra pessoa.
Caso essa aproximação não seja feita, algo pode ficar para trás e trará problemas próximos ao deadline, o que não queremos de maneira nenhuma.
É preciso que haja uma certa boa vontade e empatia entre o/a designer e o time de devs.
Quando o alinhamento é realizado, é possível corrigir o que for necessário sem maiores problemas, bem antes do prazo de entrega, sem ficar com a corda no pescoço.
Vale lembrar que, quando se trata de um novo produto digital, caso o deadline não seja cumprido e o/a cliente fique insatisfeito/a, os/as designers e devs serão responsáveis pela falha.
Cheque a responsividade, as imagens, os ícones e outras ferramentas, não pense que “aquilo não é trabalho seu”.
Lembre-se sempre que se trata de um casamento com ótimos frutos e suas dificuldades naturais, e para amenizar qualquer estresse todas as informações precisam ser compartilhadas.
3. Respeito, paciência e foco no produto são essenciais
Neste relacionamento, o objetivo entre os/as designers e devs da equipe é lançar um produto funcional e obter a satisfação do/a cliente.
Sempre que estamos trabalhando com um/a dev em uma aplicação, acabo por pedir que ele/a ajuste os alinhamentos, embora não pareça uma prática muito comum para os/as programadores/as e desenvolvedores/as.
Muitas vezes são coisas simples, mas que merecem atenção, isso de ambas as partes, tanto dos/as devs como designers.
Em geral é um botão que não está funcionando ou uma logomarca que foi enviada fora do tamanho ideal, por exemplo.
Agora, pensando friamente, você que é dev ou designer, acha mesmo que uma coisa tão pequena como essa deve criar uma animosidade a ponto de prejudicar a relação, o novo produto e o trabalho em equipe? De jeito nenhum!
Na maioria dos casos, é tão simples de resolver, basta um pouco de paciência e boa vontade para exportar novamente as imagens, fazer um alinhamento para alterar um código de um botão que leva do nada para lugar nenhum, etc.
Sabemos que o estresse do dia a dia, pressão de clientes, alterações, deadlines e o próprio desafio de fazer um bom produto digital criam uma sobrecarga nos times, mas sabemos que quando designers e programadores/as trabalham juntos em um produto, tem tudo para dar certo.
E essa sintonia é fundamental até mesmo para aliviar um pouco da pressão que um novo produto ou um produto digital desafiador está gerando em vocês, devs e designers.
Sempre serão necessários alguns ajustes na relação, principalmente porque o trabalho em equipe é uma criação mútua onde há coparticipação.
A partir dessa verdade, fica mais fácil de entender a importância de alinhar as expectativas constantemente e de praticar o máximo de respeito pelo trabalho do/a outro/a.
Last modified: 05/03/2019